Educação Escolar de Pessoas com Surdez.
No
decorrer da história, a educação das pessoas com surdez teve como foco
principal a maneira como deveria se desenvolver a linguagem. Alguns defendiam
que esta deveria ser a mesma utilizada pelos ouvintes, enquanto outras
correntes achavam mais promissoras as ideias de se criarem através de sinais,
uma linguagem baseada na utilização de sinais que pudessem ser apreendidas
tanto pelos surdos quanto pelos ouvintes.
Contudo, várias discussões são formuladas,
todas com o intuito de quebrar os velhos paradigmas, criar e reinventar uma
educação escolar inclusiva pautada no reconhecimento, valorização das
diferenças e potencial humano. Visando uma nova concepção de homem, de mundo,
de conhecimento, de sociedade, de educação e sociedade, centrada na
heterogeneidade, nas diferenças multiculturais e no que existe de original e
singular no ser humano.
Devemos pensar na pessoa com surdez, com potencial
a ser estimulado e desenvolvido nos aspectos cognitivos, culturais, sociais e
linguísticos.
A
perspectiva inclusiva rompe fronteiras, territórios, quebra preconceitos e
procura dar ao ser humano com surdez, amplas possibilidades sociais e
educacionais.
Não devemos esquecer que a pessoa com surdez não é
deficiente, mas tem perda sensorial auditiva, no entanto possui potencialidade
e habilidade, definindo-o como uma pessoa capaz de adquirir conhecimentos. Como
retrata Damázio: “mais do que uma língua, as pessoas com surdez precisam de
ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a
capacidade cognitiva desses alunos”. (2005)
Nesse
contexto, a escola inclusiva deve está apta para receber esse individuo e lhe
proporcionar uma educação de qualidade, oportunizando aquisição de habilidades
para a vida em comunidade, como atuar e interagir com seus pares no
mundo.
As pessoas com surdez precisam de
ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a
capacidade perceptivo-cognitiva. Elas são pessoas que pensam, raciocinam e que
precisam, como as demais, de uma escola que explore suas capacidades, em todos
os sentidos.
A
aquisição da língua de sinais, de fato, não é garantia de uma aprendizagem
significativa. O ambiente em que a pessoa com surdez
está inserida, em especial, o da escola comum, deve lhe oferecer condições para
que se estabeleçam mediações simbólicas com o meio físico e social, que
exercite ou provoque a capacidade representativa e consequentemente desenvolva o pensamento, da linguagem e da
produção de sentidos.
O trabalho
do AEE PS, envolve três momentos
didático-pedagógicos, que são:
Ø Atendimento
Educacional Especializado EM LIBRAS;
Ø Atendimento
Educacional Especializado para o ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA.
Ø Atendimento
Educacional Especializado para o ensino DE LIBRAS;
O AEE PS deve ser visto como
construção e reconstrução de experiências e vivências conceituais, em que o conhecimento precisa ser compreendido como
uma teia de relações, na qual as informações se processem como instrumento de
interlocução e de diálogo. Assim, precisa ser pensado em redes interligadas com
uma ação conectada entre o pensar e o fazer pedagógico.
Referência:
Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial
na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo
05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional
Especializado em Construção, p. 46-57.
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