domingo, 9 de março de 2014

A Educação Escolar de Pessoas com Surdez.



Educação Escolar de Pessoas com Surdez.

No decorrer da história, a educação das pessoas com surdez teve como foco principal a maneira como deveria se desenvolver a linguagem. Alguns defendiam que esta deveria ser a mesma utilizada pelos ouvintes, enquanto outras correntes achavam mais promissoras as ideias de se criarem através de sinais, uma linguagem baseada na utilização de sinais que pudessem ser apreendidas tanto pelos surdos quanto pelos ouvintes.
 Contudo, várias discussões são formuladas, todas com o intuito de quebrar os velhos paradigmas, criar e reinventar uma educação escolar inclusiva pautada no reconhecimento, valorização das diferenças e potencial humano. Visando uma nova concepção de homem, de mundo, de conhecimento, de sociedade, de educação e sociedade, centrada na heterogeneidade, nas diferenças multiculturais e no que existe de original e singular no ser humano. 
Devemos pensar na pessoa com surdez, com potencial a ser estimulado e desenvolvido nos aspectos cognitivos, culturais, sociais e linguísticos.
A perspectiva inclusiva rompe fronteiras, territórios, quebra preconceitos e procura dar ao ser humano com surdez, amplas possibilidades sociais e educacionais.
Não devemos esquecer que a pessoa com surdez não é deficiente, mas tem perda sensorial auditiva, no entanto possui potencialidade e habilidade, definindo-o como uma pessoa capaz de adquirir conhecimentos. Como retrata Damázio: “mais do que uma língua, as pessoas com surdez precisam de ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a capacidade cognitiva desses alunos”. (2005) 
 Nesse contexto, a escola inclusiva deve está apta para receber esse individuo e lhe proporcionar uma educação de qualidade, oportunizando aquisição de habilidades para a vida em comunidade, como atuar e interagir com seus pares no mundo. 
            As pessoas com surdez precisam de ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a capacidade perceptivo-cognitiva. Elas são pessoas que pensam, raciocinam e que precisam, como as demais, de uma escola que explore suas capacidades, em todos os sentidos.
            A aquisição da língua de sinais, de fato, não é garantia de uma aprendizagem significativa. O ambiente em que a pessoa com surdez está inserida, em especial, o da escola comum, deve lhe oferecer condições para que se estabeleçam mediações simbólicas com o meio físico e social, que exercite ou provoque a capacidade representativa e consequentemente  desenvolva o pensamento, da linguagem e da produção de sentidos.
O trabalho do AEE PS, envolve  três momentos didático-pedagógicos, que são:
Ø  Atendimento Educacional Especializado EM LIBRAS;
Ø  Atendimento Educacional Especializado para o ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA.
Ø  Atendimento Educacional Especializado para o ensino DE LIBRAS;

      O AEE PS deve ser visto como construção e reconstrução de experiências e vivências conceituais, em que  o conhecimento precisa ser compreendido como uma teia de relações, na qual as informações se processem como instrumento de interlocução e de diálogo. Assim,  precisa ser pensado em redes interligadas com uma ação conectada entre o pensar e o fazer pedagógico.

Referência:
Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional Especializado em Construção, p. 46-57.







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